20/09/2011

A teoria da verdade

Enquanto pegava um ônibus estranho, numa cidade que não era a minha, conversava com uns amigos sobre religião, e todo o poder que ela exerce. Dois deles eram céticos e uma pensava como eu. Durante a discussão pensei muito sobre o valor da verdade.  Freud enquanto estudava suas histéricas chegou a uma brilhante conclusão ao dizer: "Não acredito mais nas minhas histéricas". Ele observou que muito do que era relatado por elas não havia de fato acontecido, mas isso não importava, pois apenas o fato delas acreditarem que o que diziam era real, já era o bastante para produzir os sintomas traumáticos. Eis ai o valor da verdade.

        Quando se pensa na religião, nas crenças e nas práticas religiosas, muito se critica, muito se questiona e muito se modifica. Acho que já falei algumas vezes sobre o desespero humano pela busca da verdade, mas o que é a verdade de verdade? A verdade sempre será para nós temporária, assim como para a ciência, que patenteou as verdades do mundo e nunca cansa de se contradizer (não desmerecendo a importâncias das contradições). As verdades históricas que se modificam a cada nova descoberta, as verdades religiosas que tem o papel de dar ao povo aquilo que ele precisa, as verdade políticas que deram tanta esperança ao povo, dentre outras tantas milhões de verdades. O que se pode dizer sobre elas? São falsas? Verdadeiras?

A verdade é que criamos a verdade que melhor convém ao nosso enredo. Como já disse algum filósofo, a partir do momento em que olhamos para um objeto, mudamos a verdade sobre ele. Se 3 pessoas diferentes olharem para uma mesma árvore, no mesmo instante, haverá 3 teorias diferentes sobre o que é uma árvore. Então qual a verdade da árvore? Todas. Ou nenhuma.

        Se João olha para a árvore e diz que ela é capaz de falar, ele pode ouvir a sua voz, e isso não fará dele um mentiroso. Assim como para uma histérica ou um esquizofrênico, a sua verdade é capaz de modificar a sua vida e atuar sobre ela, pois o que importa é o VALOR da verdade. O que eu quero dizer é que o homem é pura prepotência quando se vê diante de uma verdade e acredita ser absoluta e universal, tão universal que quer que todos os outros humanos no universo compartilhem de sua crença. Como fazem os céticos radicais, os evangelizadores que se intitulam salvadores da humanidade perdida, dentre tantos outros que se deixam dominar pela percepção que tem do mundo.

        Essa busca pela verdade crua é como descascar uma cebola, a cada camada retirada você encontra uma nova e diferente, se encanta com ela até perceber que há outra por baixo, e após remover várias camadas, chega ao miolo e percebe que não há nada lá. E a cebola se torna dezenas de camadas em suas mãos e cada uma contendo sua verdade pra contar, juntando todas elas se percebe que não é preciso existir um centro, um ponto, um Deus universal, para que tudo exista de fato. As coisas simplesmente possuem a sua verdade e as pessoas o seu poder de interpretação, elas coexistem no mesmo espaço a sua maneira de modo a serem modificadas como for mais conveniente. Não cabe a ninguém querer ser o enviado de Deus, o anjo salvador ou o sábio filósofo que levará a luz à caverna dos menos esclarecidos.


Se há uma verdade que torna as pessoas melhores em seu mundo e que as façam mais felizes, não importa que verdade seja essa. Os céticos não acreditam num metafísico, mas não podem saber se existe ou não, simplesmente escolhem não acreditar. Larguemos essa bobagem de radicalismo e reconheçamos nossa inferioridade humana na grandeza do universo. Aceite todas as verdades e escolha a sua. Não vale à pena enlouquecer pelo incompreensível. É bom tentar compreender, as vezes necessário, mas nunca acredite que compreendeu. Seria ingênuo demais.

Por: Asfora
LINK: kamillasfora.blogspot.com

17/09/2011

Video-Sinopse do livro: Um Lugar Escuro - Baseado em uma história real

Video-Sinopse


UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL   
                                                                                                          
 
Lançamento: 08/10/2011
Hora: 19h
Local: Espaço Multifoco – Avenida Men de Sá, 126 – Lapa

09/09/2011

UM LUGAR ESCURO

Lançamento do livro:


UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL, de Leonardo Zegur, primeiro de sua carreira como escritor, aborda temas atuais como descriminação, bullying e vício em tecnologia e internet. A história foi baseada em elementos da vida de dois amigos do autor. O lançamento será no dia 08 de outubro de 2011, às 19h, no Espaço Multifoco.


 Leonardo Zegur, escritor carioca, conta a história de um jovem discriminado pela sociedade por não possuir os padrões exigidos pela cultura popular

 
O autor define o livro como um romance psicológico naturalista, em que narra a história de um jovem carioca, morador da Zona Norte, tentando coexistir em uma sociedade onde é discriminado por não possuir os padrões exigidos pela cultura popular local. Na tentativa de se posicionar dentro de outra realidade, o jovem se transforma numa pessoa que nunca quis ser, sofrendo assim com as consequências deste comportamento.

A trama, que acontece no Rio de Janeiro, dentre muitos bairros, Quintino e Encantado, mostra que para lidar com o sentimento de rejeição, o protagonista acaba se envolvendo em uma onda de assassinatos canalizados em moças jovens e bonitas. Com a divulgação destas notícias nos tabloides, o jovem atrai seguidores em todo Brasil que se identificam com suas causas.

Para que o leitor pudesse participar integralmente e se colocar como personagem principal da trama, o autor, de forma proposital, preferiu não dar nome ao protagonista. Além disso, o livro mostra um Rio de Janeiro sobre outro ponto de vista, presumindo consequências desencadeadas pelas falhas do sistema que rege a sociedade. 

Com um texto denso e extremamente visual, UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL, sinaliza que a vida em uma sociedade complexa não é tão simples. Cada minuto que se passa é uma vitória, vencendo todo tipo de preconceito. 

 
Sobre o autor
Leonardo Zegur, é um escritor carioca, de 28 anos. Psicólogo, sempre em formação, passou pela Escola de Música Villa-Lobos. Entre suas paixões, além da música, estão a fotografia e a pintura. Como contador de história descobriu que o dote da escrita não se restringe a uma excelsa dádiva e, a partir daí, começou a fazer do papel o portal de entrada para seus mundos de criatividade.  

Serviço
Lançamento do livro “UM LUGAR ESCURO – BASEADO EM UMA HISTÓRIA REAL”                                                                                                                
Data: 08/10/2011
Hora: 19h
Local: Espaço Multifoco – Avenida Men de Sá, 126 – Lapa
*Entrada Franca

06/09/2011

A Imaturidade do Ser



Hoje eu quero falar da nossa infantilidade, do nosso medo, da nossa hipocrisia. Começo citando aquelas pessoas que não estão nem aí para você, mas no seu aniversário se sentem na obrigação social de te dar o "Feliz Aniversário! Muito sucesso, prosperidade, que você seja muito feliz, hein". Afff. Meu Deus, tudo isso porque se você não der o feliz aniversário, todo mundo cai de pau em cima de você. A sociedade, o tempo todo, julga, analisa e fala daqui e fala dali...

Esse fato apenas me revela o quão despreparada se encontra a humanidade. A hipocrisia vem do medo e o medo vem da imaturidade. As pessoas hipócritas possuem medo do que o outro vai pensar, do que o outro vai falar, do que o outro irá fazer. Estão imersas no medo.

O medo, vale salientar, nos é imposto desde criança. Nossos pais nos ensinam a temê-los e não a respeitá-los. Lembro da minha mãe dizendo que ia "contar" para o meu pai. Por que? Porque meu pai me colocava um medo enorme. E na escola? Algum pai idiota ensina ao seu filho, que qualquer problema com outro garoto, "enfie a porrada". Nessa, o outro garoto sofre a violência e fica com medo. Tem medo de ser 100% sincero, senão pode apanhar. A professora ameaça contar para a sua mãe o seu comportamento e assim vai. Estamos sempre sendo ameaçados! É mais fácil ameaçar do que procurar entender o porquê do comportamento da criança e orientá-la.

Com a escassez de orientação, a criança se desenvolve fisicamente, mas não psicologicamente. Assim chegamos nesta humanidade despreparada. A fofoca, que se faz aqui e ali, não passa de vingança, pois já se julga que o outro faz a mesma coisa. É um modo de retaliação. Considera-se um dano terrível saber que o outro está falando mal do seu cabelo. Isto é infantilidade. Cobra-se o outro o tempo todo: "Pô, nem me ligou!". Se o próximo lhe é indiferente, já acha que é pessoal. A pessoa não pode estar concentrada em outras coisas, ela foi indiferente só para te machucar. Aff. Isto é infantilidade! Achar que você é importante demais e que o mundo gira em torno do seu umbigo é infantilidade, falta de preparo emocional! Criança que é assim. Criança é egoísta, pois ainda não criou uma identidade. Acha que todo mundo é uma continuidade sua. O processo de amadurecimento vem justamente de esvaziar o seu ego, o seu egoísmo.

O caminho para crescer psicologicamente é utilizar sua razão para adquirir conhecimento e criar discernimento. As pessoas imaturas não possuem uma visão do processo humano, não entende o processo. São escravas de suas vidas. Tudo aquilo que não conhecemos e não entendemos tende a nos escravizar. Nascemos dependentes, mas não precisamos passar a vida toda como escravos. Estude, busque entender como as coisas funcionam em torno de si e evolua. Não vou dizer que é fácil, mas é uma realização. Uma realização de liberdade. 

E Lembre-se: Quer mais Luz? Seja Luz.

Por: Bruno Crocamo
CONTATO: bruno.crocamo@gmail.com